segunda-feira, 5 de maio de 2014

29° Corrida de Estância 2014 - Depoimento

Oi meu povo e minha "pova"! rrsrs Andei sumida...mas cá estou.

Muuitos projetos, muita atividade na minha vida, marido viajando, e filhas gêmeas, única e exclusivamente sob meus cuidados, mas sobrevivi rsrsrs.



Ontem fui participar pela primeira vez de uma corrida de rua em Estância - cidade vizinha à Aracaju - comemoração do aniversário da cidade. No mesmo dia ocorreu uma outra competição na cidade de Itaporanga  D' Ajuda,  na base no uni-duni-tê escolhi a prova de Estância. Me acompanhou meu amigo Danilo Macedo, fomos de carro 70km, chegamos lá às 6:30hs, horário previsto para entrega do "kit", para os atletas de outras cidades. Chegando lá ainda não havia ninguém para entrega dos kits, a entrega iniciou somente às 07:30, com isso todo o restante da agenda foi prejudicado.








A largada foi em Santa Luzia do Itanhy e ônibus nos levariam até o local. Apenas uma van escolar foi designada para tal e quando chegou a nossa vez não cabiam todos sentados, no meio do caminho o motorista nos fez descer, por que não poderia andar conosco em pé, alegando que voltaria, para nos buscar. Ali foram deixados cerca de 10 atletas adultos e 10 crianças, as crianças também iriam competir e a partida seria daquele ponto, nenhum membro da organização as estava acompanhando. Se não fosse a professora da Escola Julio Leite que estava acompanhando suas atletas (a história dessa heroína contarei em outro post), as crianças ficariam aí a sua própria sorte. 
(Embora eu tenha falado: - Pessoal, vou tirar foto para fazer uma reclamação no meu blog, NÃO SORRIAM...não teve jeito...corredor é gente feliz e olha a cara dos "revoltados aí" do lado. kkkkk


Alguns dos atletas abandonados conheciam os organizadores e ligaram lembrado-os que estávamos "largados" no meio do caminho, quando enfim chegaram para dos buscar já passava das 09:00. A mesma van que nos levava, deixaria também as pessoas responsáveis por ficar nos postos de hidratação...Seria um em cada posto, com 03 caixas de água cada um em 03 postos de água distintos e pasmem água sem gelo.
Chegando em Santa Luzia mal deu tempo de aquecer e hidratar-se, a corrida iniciou com uma hora de atraso.

O trajeto foi lindo, mas cheio de subidas íngremes e descidas idem, estava quente mas a tórrida sensação de calor de certa forma foi aplacada pelas nuvens densas, ameaçou chover durante o trajeto, mas só um refrescante chuvisco nos brindou a pele.

Infelizmente escolhi o short errado para o calor e uma bela assadura me incomodou durante todo o trajeto, me ferindo a pele e me prejudicando bastante. Pensava que ia ser a última colocada,  com a ambulância logo atrás de mim, mas mesmo assim não desisti, minha meta era concluir.

Durante o trajeto encontrei uma das alunas da professora que falei no começo desse depoimento, caminhando...achei forças não sei de onde, mas dei o braço à ela e tentei motivá-lá por alguns metros...fiz isso umas 03 vezes durante o percurso e ela voltou a correr e eu a andar (kkkkkk).

Faltando 1 km um anjo chamado Eduardo me brinda com sua presença , atleta que já havia concluído a prova e retornava para ajudar os retardatários (euzinha ). Com um belo sorriso e pique pra dar e vender me acompanhou e me motivou até o fim...ele falava: Tá vendo aquela palmeira? É lá. Mas a palmeira não chegava....ele falava pra ele: Eu chego em São Cristovão, mas não chego em Estância....ele ria comigo. Muito gentil segurou meu boné e os copos de água que consumi (sim eu não jogo na rua), por mais que digam que a organização da prova irá recolher...eu não acredito e levo comigo até achar um lugar adequado pra jogar.
                                                       Meu anjo Eduardo

Muita emoção...para cruzar a linha de chegada - formada por um corredor do pelotão de militares...jurava que por ser a última (mas não fui kkkk) não teria mais ninguém lá. Mas justamente por representar superação e determinação, até entrevista eu dei com direito a foto e tudo rsrsrsr. Quem disse que os últimos não serão os primeiros?
Pelotão em formação para as festividades

Eu e Danilo Macedo já com as medalhas

Fiquei emocionada com o podium da Edjane, atleta que conheci nesse dia e ficou abandonada no meio do caminho conosco, ela tirou o 5º lugar merecidamente entre as mulheres. Com a experiência do abandono que sofremos, vi que a dificuldade une o ser humano, os abandonados não se conheciam - inclusive eu, mas nasceu ali naquele momento um sentimento de cumplicidade e amizade inexplicável.

Eu e Edjane com seu merecido troféu


Algumas informações curiosas:

- Não recebemos camiseta
- O número de peito era em tecido
- Banheiro químico? O que é isso mesmo?
- Chip não existia, foram entregue 02 cartões em cartolina com o nosso número, para que fosse entregue em 02 pontos de controle no meio do caminho
- Não havia marcação de km no trajeto
- A BR não teve o trajeto fechado, corremos no acostamento
- O controle da chegada foi feito através da entrega do número de peito - aquele em tecido - e espetado em um ferro
- A apuração foi manual e iniciada apenas com a chegada do último atleta
- As medalhas foram entregues só depois da apuração de maneira desorganizada.
- Algumas crianças correram descalças.


Mas mesmo com todos os problemas, eu gostei da experiência...sabe por quê? Por que eu amo GENTE e conhecer pessoas, interagir com elas, presenciar sua realidade, me renova a esperança.
São pessoas como o Eduardo, Edjane e os demais colegas que não lembro o nome agora que fazem a diferença como atletas, como cidadãos, como seres humanos.

6 comentários:

Alex Cysne disse...

http://vemcorrer.wordpress.com/2014/05/06/bonito-relato-de-gisele-corrida-de-estancia-particularmente-eu-com-51-anos-e-correndo-desde-os-14-formado-em-engenharia-com-professor-alemao-e-pos-em-qualidade/

Unknown disse...

Bom, junto com a Gisele participei da Corrida "Rústica" de Estância, referente à "organização" lamentável, uma falta de respeito aos atletas, fazemos um planejamento, para estarmos preparados para a prova, no entanto, todo o mesmo vai por água abaixo devido à desorganização do evento. Ao término da corrida o que nos faz sentir o desejo de dever cumprido é a presteza do povo sergipano, povo este que mesmo com as adversidades conseguem concluir a prova com felicidade e novas amizades, porém, gostaria de deixar um recado para a prefeitura de Estância: Quando falamos do aniversário de uma cidade com tanta história, devemos ter respeito por sua população e visitantes, não adianta dizer que comemora o aniversário da cidade, se nem capacidade de organizar uma corrida com o nível mínimo aceitável de organização se consegui fazer. Espero que seja refletido a respeito e que próximo ano possamos ter uma corrida onde o povo de estância tenha orgulho de participar e de convidar pessoas de fora.

Wellington Cardoso disse...

Parabéns pra vc. Sua insistência em completar o percurso mesmo com todas as dificuldades. Sua ajuda a outra atleta. Seu comentário claro fara com que os irresponsáveis pela prova pensem duas vezes antes de protagonizarem a realização de uma outra corrida. Continue persistindo com esse intuito de melhorar esse esporte que e maravilhoso mas pouco incentivado.

Josilene Araújo disse...


Foi uma honra conhecê-los Gisele e Danilo, muitos simpáticos, alegres e que fazem a diferença na vida de quem tem a honra de conhecê-los. Espero que nos visitem outras vezes para desfazer a lamentável má impressão que a corrida desastrosa causou. Um abraço.

Bons Km disse...

Oi Gisele, primeiro parabéns pela prova, por não ter desistido e por valorizar as pessoas, mesmo que tenha sido a primeira vez que elas te viram a atitude desses corredores merecia mesmo esse reconhecimento, os problemas na prova infelizmente são comuns, principalmente o atraso. Mas esse método meio arcaico ainda funciona e algumas provas não conseguem ter chip descartável e números em papel, mas ainda bem que existem.
Bons treinos
Bons km
Ju

Unknown disse...

Parabéns prima... Isso é superação! ;)